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Resenha • HEX por Thomas Olde Heuvelt

Eu li HEX há muito tempo {cof cof demorei demais pra fazer essa resenha, desculpe!} mas esse é um livro que ocasionalmente ainda vem à minha mente, pois me marcou muito. Quando li o release confesso que fiquei bem curiosa – não entendia como a mistura de uma bruxa tricentenária, uma cidade amaldiçoada e o uso de tecnologia {como smartphones e o HEXapp} pudesse criar uma história de terror moderna – por isso quando recebi o livro comecei a ler imediatamente. Nesse post vou contar tudo sobre a condenada cidade de Black Spring e tenho certeza que você quer saber mais sobre essa maldição também!

Sinopse

Toda cidade pequena tem segredos. Mas nenhuma delas é como Black Spring, o pacato vilarejo que esconde uma bruxa de verdade do resto do mundo. Os moradores sabem que não se deve mexer com ela. Com costuras em seus olhos e correntes nos braços, Katherine aparece nos lugares mais improváveis quando bem entende, sussurrando a morte para quem chega perto o suficiente para ouvir.

Os habitantes de Black Spring controlam os passos da bruxa 24 horas por dia através do HEXapp, um aplicativo de celular desenvolvido especialmente para garantir que a bruxa não seja revelada para os Forasteiros. A vigilância constante aumenta o clima de paranoia na cidade, enquanto um grupo de adolescentes desafia as regras e resolve provocar a bruxa para ver se ela é tão perigosa quanto dizem.

Não Abra Os Olhos Da Bruxa

Quem me conhece sabe que eu amo o arquétipo da bruxa, sempre leio sobre o assunto para descobrir como esse modelo que conhecemos surgiu. Gosto de estudar desde as plantas que são relacionadas à seus “misteriosos” unguentos mágicos até os casos de caça às bruxas, e justamente por isso a história de Katherine chamou minha atenção.

Logo no começo do livro já descobrimos um pouco sobre sua vida: Katherine Van Wyler viveu na região de Black Spring há mais de trezentos anos, quando ainda era uma colônia de caçadores holandeses, e foi torturada e condenada à forca por bruxaria {ela ainda teve que saltar para a morte para provar que estava arrependida das suas blasfêmias!}. Surpreendentemente ela não morreu, mas passou a vagar pela floresta e pela cidade amaldiçoando as pessoas que chegassem perto o suficiente para ouvir seu sussurro mortal. Ela também teve seus olhos e boca costurados e os braços presos por correntes, para minimizar o mal que causava à cidade.

A cidade vive em vigília com câmeras instaladas por todos os lados e os moradores usam o HEXapp, um aplicativo desenvolvido especialmente pela HEX {a rede de operações especiais de controle à bruxa}, para monitorar cada aparição de Katherine em suas casas ou arredores, fazendo com que esse segredo esteja sempre oculto dos forasteiros.

“Mas por que não fugir de tudo isso?” Foi minha primeira pergunta. Acontece que a cidade é amaldiçoada, e a partir do momento em que você se torna um “cidadão de Black Spring” você vira parte dessa maldição: se passar muito tempo longe da cidade, começa a ter pensamentos suicidas que vão se intensificando até que finalmente você cometa o ato, tal como Katherine. O único jeito de não morrer é voltar à Black Spring a tempo para que o desejo passe.

Isolamento e Paranoia

Desde o começo da trama enxergamos a bruxa pelos olhos dos moradores de Black Spring, não de um forasteiro: ela não é vista como algo extraordinário, mas sim como algo que já faz parte do cotidiano da cidade. Encontrá-la no meio da rua ou até mesmo na sua sala de estar não gera nada além de uma leve surpresa e uma rápida atualização no HEXapp. Não existe perigo algum, desde que você não chegue muito perto dela – essa é a regra.

Como desde o começo temos essa visão “interna”, fica mais fácil entender o que se passa pela cabeça de um morador. Todos na cidade temem fazer algo que desperte a ira da bruxa, e esperam que os outros também obedeçam as ordens, para o bem geral.

tecnologia ajuda a completar o clima de loucura da cidade. A liberdade é relativa: os moradores na verdade não passam de prisioneiros, vigiados em segundo plano por câmeras, mas não se importam pois sabem que o objetivo de tudo isso é cuidar do bem estar de Black Spring.

Isso até que o isolamento, que já era evidente pelo fato deles se afastarem das outras cidades, fica ainda mais forte quando surgem dúvidas em relação a quem é leal à bruxa e ninguém mais sabe em quem confiar. O medo e a paranoia fazem com que toda a moralidade desapareça e os cidadãos passam a se comportar de forma assustadora e até mesmo animalesca.

O horror de HEX é totalmente diferente do que eu estava esperando e ele não decepciona, pois a fonte de toda a monstruosidade do livro é humana.

HEX 2.0

Nas notas finais o autor conta que o livro original, que foi publicado na Holanda, é diferente desse que acabamos de ler. A primeira versão era ambientada em um pequeno vilarejo holandês, mas quando soube que HEX seria distribuído globalmente, Thomas decidiu adaptá-lo para que funcionasse em um ambiente que não fosse tão “mágico”. O final dessa versão também foi reescrito, então esse livro é na verdade um HEX 2.0.

Achei isso bem interessante, pois é relativamente fácil imaginar essa história acontecendo em um país distante. Mas, trazê-la para um país “conhecido” e ainda assim fazer com que a história de uma bruxa funcione nos dias atuais é um desafio bem maior, e o autor conseguiu criar um ambiente onde isso seja plausível.

Entre Costuras

A edição que a Darkside Books mandou para os parceiros veio com essa caveira verde com os olhos e a boca costurados, assim como Katherine. Achei essa caveira uma gracinha, vai combinar perfeitamente na minha nova estante de livros!

A edição veio caprichadíssima, como sempre. A ilustração gráfica em preto e branco e o nome HEX em verde é uma capa mais simples se comparada com outros livros da editora, mas que ainda chama muita atenção. A cor do corte é preta {a Darkside me deixou muito mal acostumada com esses cortes coloridos, agora só quero livros assim!} e a do fitilho é verde, para combinar com os acentos da capa. As ilustrações das folhas de guarda também são lindas, tanto é que tive que mostrar as duas aqui!

HEX é um livro de terror moderno e delicioso de ler. Espero que você tenha gostado desse post e se aventure a ler um terror holandês! Me conte o que achou nos comentários. 💚

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5 Comments

  1. Aline

    30 de setembro de 2018 at 5:01 PM

    Eu tô doida por esse livro desde que saiu! Também fiquei meio com o pé atrás por essa mistura de ‘mitologia’ com tecnologia do app, mas ver que isso foi bem desenvolvido me deixou BEM curiosa. E se é coisa de bruxa a gente tá sempre interessada, né. As críticas todas dele foram bem boas, por isso acabei deixando o receio de lado e agora quero, haha. E essas ilustrações das folhas de guarda são MARAVILHOSAS, nossa, e suas fotos só valorizaram – pra variar – o quanto o livro é lindo. Post incrível! <3

    1. Marcela Suhr Dake

      5 de outubro de 2018 at 12:43 PM

      Pelo que vi todo mundo gostou bastante desse livro mesmo, e li em algum lugar que ele vai virar série! Se for verdade quero muito ver, não tenho idéia de como uma adaptação funcionaria!
      Amei as ilustrações, sempre adoro as folhas de guarda da Darkside! Muito obrigada lindona, seus elogios significam a vida pra mim. ♥

  2. Nana

    15 de outubro de 2018 at 12:15 PM

    Achei a proposta desse livro muito interessante :O não tinha lido nenhuma resenha sobre ainda! já quero. Amei as fotos como sempre :*

    1. Marcela Suhr Dake

      16 de outubro de 2018 at 8:19 PM

      É bem diferente, né? Por isso acabei me interessando também!
      Muito obrigada lindona! ♥

  3. Pris

    19 de junho de 2020 at 2:36 PM

    COMO É O FINAL DO LIVRO NO ORIGINAL HOLANDÊS?!? Sei que é diferente mas não encontro essa informação em lugar nenhum!! Se alguém sabe por favor me diga!!🙏🏻

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